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PASSOS CONTADOS 2013

Passos Contados 2013

PERCURSOS DE INTERPRETAÇÃO DO PATRIMÓNIO CONTINUAM, A PARTIR DA PRIMAVERA, A MARCAR OFERTA CULTURAL EM CACELA

O Ciclo anual “Passos Contados”, passeios pedestres de interpretação da paisagem orientados por guias especializados (cientistas ou detentores de saberes particulares), tem vindo a explorar novas formas de interpretação e descodificação das paisagens culturais, dos seus valores naturais e elementos patrimoniais. Procura-se desta forma, promover alternativas criativas para o desenvolvimento dos territórios rurais, contribuindo para a diversificação e diferenciação da oferta cultural e turística.

Pela riqueza e diversidade de experiências que proporcionam, pela interrogação e diálogo entre os participantes e os guias, pela descodificação activa do património, pelo contacto próximo com os valores culturais e paisagísticos, os “Passos Contados” têm-se vindo a afirmar como uma forma válida e estimulante de interpretação patrimonial.

A Câmara Municipal de Vila Real de Santo António propõe este ano novas experiências de interpretação e descodificação das paisagens culturais e naturais do sotavento algarvio. Nesta sétima edição iremos descobrir as plantas e os seus antigos usos na medicina e alimentação (Abril); ouvir relatos de viajantes, escritores e poetas sobre Cacela e Vila Real de Santo António (Maio); revisitar elementos de um Algarve antigo, entre o sagrado e o profano (Junho); descobrir antigas tradições alimentares do Algarve rural (Julho); escutar, interpretar e reproduzir os sons nocturnos da natureza (Agosto); conhecer os saberes ligados à cal e seus usos na arquitectura vernácula (Setembro); e terminaremos seguindo as rotas do arqueólogo Estácio da Veiga em Cacela (Outubro).

 

PROGRAMA

 

Ervas medicinais, aromáticas e alimentares. Usos e saberes

Com o mestre José Salgueiro

6 Abril (Sábado)

Ponto de encontro: 14.30 em Santa Rita

 

Relatos de viajantes, escritores e poetas entre Cacela e Vila Real de Santo António

Com o arquitecto paisagista José Carlos Barros e outros convidados

19 Maio (Domingo)

Ponto de encontro: 9.30 em Cacela Velha

 

O Algarve revisitado. Entre o sagrado e o profano

Com Jacinto Palma Dias

2 Junho (Domingo)

Ponto de encontro: 9.30 em Santa Rita

 

Tradições alimentares no Algarve rural

Com a socióloga da alimentação Maria Manuel Valagão

6 Julho (Sábado)

Ponto de encontro: 17.00 em Vila Real de Santo António

 

Sonoridades nocturnas. Escutar, interpretar e reproduzir os sons da natureza

Com o ornitólogo Thys Valkenburg, a bióloga Fábia Azevedo e outros convidados

31 Agosto (Sábado)

Ponto de encontro: 19.30 em Santa Rita

 

A cal e a cor na arquitectura vernácula. Saberes na aldeia de Santa Rita

Com os arquitectos José lima e Marta Santos

22 Setembro (Domingo)

Ponto de encontro: 9.30 em Santa Rita

 

Nas rotas do arqueólogo Estácio da Veiga em Cacela

Com os arqueólogos Catarina Oliveira e Nuno Inácio

13 Outubro (Domingo)

Ponto de encontro: 9.30 em Santa Rita

 

Informações

Os percursos realizam-se aos Sábados e Domingos, entre Abril e Outubro, com pontos de encontro no CIIPC (antiga escola primária) em Santa Rita, na cisterna de Cacela Velha ou em Vila Real de Santo António na Praça Marquês de Pombal, consoante o percurso. Informações e inscrições no Centro de Investigação e Informação do Património de Cacela / CMVRSA – https://ciipcacela.wordpress.com/; Tel./ Fax: 281 952600; ciipcacela@gmail.com

 

Organização

Câmara Municipal de Vila Real de Santo António

Centro de Investigação e Informação do Património de Cacela

Catálogo do Projecto «Técnicas Ancestrais, Soluções Actuais (TASA)»

Os produtos artesanais reúnem em si mesmos uma marca indelével do contexto em que são criados; são como que uma síntese identitária das pessoas que os criaram, do território onde surgem, da sua função, do seu significado, daquilo que simbolizam. Quase como se esses objectos pudessem ser as próprias mãos que os fazem, a região em que são criados, aquilo que todo este conjunto representa. É isso que os distingue das produções massificadas.

O Projecto Técnicas Ancestrais, Soluções Actuais (TASA) tem na sua génese a valorização desta mesma cultura tradicional regional, centrando-se nos materiais, técnicas, saberes e fazeres locais, abordando de modo transversal este Algarve Rural, procurando a inovação estratégica do produto artesanal, na perspectiva da sua valorização, identificação e reinterpretação, contextualizando-o nas necessidades contemporâneas, no sentido de reabilitar o seu estatuto cultural e comercial.

Catálogo TASA_2Catálogo TASA_1

Fotos de Vasco Célio / Stills

Desde o início, o CIIPC esteve associado a este projecto, enquanto parceiro de investigação. Por aquilo que ele representava, pelos objectivos que o mesmo se propunha cumprir. Nesse âmbito, a par de todo o trabalho de consultadoria, foram criados três artigos [“Cultura Material no Algarve. A cristalização do objecto artesanal”; “Empreita e cestaria. Entrançados de palma, verga e cana no Algarve” e “Usos da cana. Para lá do útil. Objetos do festivo, do lúdico e do lazer”] que integram agora o belíssimo catálogo, que recentemente viu a luz do dia, organizado e coordenado pela The Home Project design studio, disponível para venda n’A Vida Portuguesa (Lisboa) e na CCDR Algarve (Faro), entidade responsável pela concepção do projecto.

Aqui ficam esses artigos, enquanto instrumentos de reflexão, partilha e valorização de uma identidade regional.

Artigos (clique em cima de cada um deles)

“Cultura Material no Algarve. A cristalização do objecto artesanal” – por Miguel Godinho

“Empreita e cestaria – Entrançados de palma, verga e cana no Algarve” – por Catarina Oliveira

“Usos da cana. Para lá do útil. Objectos do festivo, do lúdico e do lazer” – por Catarina Oliveira

O CIIPC em Granada: participação no II CONGRESO INTERNACIONAL DE ESTUDIOS CERÁMICOS. ETNOARQUEOLOGÍA Y EXPERIMENTACIÓN: MÁS ALLÁ DE LA ANALOGÍA

Ruínas de antigas estruturas, memórias muito vagas, antigas lendas, referências documentais e bibliográficas, dados toponímicos, fotografias, e muitos outros vestígios: todos estes elementos estão a ser compilados e estudados para compreender como é que ao longo da história, os grupos humanos que habitaram o território de Cacela fizeram uso dos seus recursos naturais – neste caso as argilas – e as transformaram com vista ao suprir de necessidades ligadas aos usos quotidianos e à habitação (pavimentação, paredes e cobertura das casas, no caso dos telheiros para produção de ladrilhos, tijolos e telhas para a construção tradicional).

Foi isso que levámos a Granada, na passada semana, ao II CONGRESO INTERNACIONAL DE ESTUDIOS CERÁMICOS. ETNOARQUEOLOGÍA Y EXPERIMENTACIÓN: MÁS ALLÁ DE LA ANALOGÍA: a apresentação dos resultados preliminares do projecto “A produção cerâmica em Cacela (Vila Real de Santo António, Portugal). Uma aproximação a partir dos vestígios arqueológicos, fontes históricas e memórias orais”, da responsabilidade do CIIPC/CMVRSA.

Através de um percurso com paragens em diversos momentos históricos, o projecto pretende através do cruzamento entre disciplinas próximas (a História, a Antropologia, a Arqueologia, a (Etno)arqueometria), dar resposta a várias questões: O que revelam estas práticas antigas sobre um profundo conhecimento do território, seus recursos e usos? Que saberes na identificação das qualidades das argilas e métodos de extracção? Que tecnologias de transformação? Que relações sociais e familiares na organização destas actividades produtivas? Que lugar nas economias locais e regionais (circuitos de comercialização)? Como se organizou (técnica e socialmente) a actividade oleira ao longo dos anos? O que fazer agora com aquilo que nos chegou desta actividade?

Consulte aqui o PDF da comunicação apresentada (clique em cima) e aqui o resumo do projecto / proposta da comunicação (clique em cima).

CIIPC/CMVRSA em Granada

Poster do Congresso